sexta-feira, 8 de janeiro de 2021

 

Ontem abri as comportas. 
Águas banharam minha alma, saciaram meu coração qual aquela antiga canção.
A dor anônima pedia passagem. Sem que eu entendesse, ela encontrou a chave.
Como num moinho, minhas lágrimas me deram força, me levantaram do espinho.
Deixo-me desfazer para a água me refazer como preciso ser.
Tenho agora toda a forma da água, toda a força da água, todo o fogo da água.
E a metamorfose vira poesia que esfarela, sedimenta e sacia do romper ao findar daquele dia que com minha dor bulia.

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