domingo, 9 de junho de 2019

Ilusão

O sol nasce, e achamos lindo e nos emocionamos. O sol se põe, e achamos lindo e nos emocionamos e, até, aplaudimos.
Alguém pensa que o sol morreu somente porque não o enxergamos mais? Não, né? Porque sabemos que é uma impossibilidade nossa não vê-lo, mas ele continua a existir e é visto em outro lugar, por outras pessoas.
Pensando assim, por que festejamos o nascimento de nossa gente e choramos sua morte? (Ah, mas em algumas culturas não. Sim, é verdade!).
A morte não existe. Não é porque deixamos de ver nossos mortos que eles morreram definitivamente. Não há “morte definitiva”. Eles morreram para o que foram até então. Mas continuam a existir – como o sol, se lembram? – em outro lugar, para outras pessoas. E, também como o sol, renascerão e renascerão e renascerão. Cumprem uma trajetória ascendente de vida eterna, até essa vida se tornar etérea, definitiva e completamente divina. De quantas vidas se precisa para isso? Depende de como é vivida.
À noite, quando não vemos mais o sol, sabemos que ele continua entre nós, não é? Sabemos disso, por exemplo, por meio de sua luz refletida pela lua. Pois é, “mortos” e vivos coexistem também. Os mundos se interpenetram. Todos, em UM, na mesma estrada em direção à Luz!
A existência da embalagem corpórea se deve, tão somente, à necessidade de o ser divino que somos buscar se tornar completamente sua essência divina. Alguém lamenta descartar embalagens? Choramos e sofremos por caixas? Ou valorizamos o conteúdo que a embalagem abrigou durante o transporte?
Portanto, há que se comemorar o nascimento, e não há que se lamentar a morte. Ambos os acontecimentos são imprescindíveis ao cumprimento da trajetória do Ser.