Além de estar dentro de casa, fui para dentro de
mim. Para isto,
fechei as portas,
apaguei as telas,
cerrei os olhos,
calei a mente,
emudeci o ego.
E foi então que, visitando meus meandros, andando por
mim, vi-me quase toda, passeando por mim.
Espreitando meus recantos, passeando por mim, desnudei-me
quase toda caminhando por mim.
Levantando meus mantos, caminhando por mim, descobri-me
quase inteira seguindo por mim.
Ah, sim, sou o passeio, sou o caminho, sou o meio, sou
o fim.
Assim, finalmente, entendendo,
abri as defesas,
acendi as estrelas,
descerrei as vistas,
acessei o cerne,
iluminei... o eu.
E lá estava o que tudo contém, o que tudo é, o que
sempre foi, o que nunca deixará de ser.
Dessa forma me enxergando, posso ver o outro, o mundo,
Deus, no recôndito ser meu.
Tudo sou eu!