quinta-feira, 31 de agosto de 2017

À minha amada Aldeia do Sol,





















Antes de você, querida,
     Não imaginava, nesta vida,
Lugar de me sentir em casa,
    Onde não sonho em vão,
Doce morada de meu coração.
Em seu generoso seio,
    Faço longos passeios,
Intimidade de estar em paz
   Que a mim conduz
Ao encontro da Divina luz.

Dentro é de você
Onde aprendi a viver

Sou muito melhor agora.
Obrigado, nobre senhora, 
Lugar de feliz aurora!

Mutirão de Amor - Jorge Aragão

Cada um de nós deve saber se impor
E até lutar em prol do bem-estar geral
Afastar da mente todo mal pensar
Saber se respeitar
Se unir pra se encontrar
Por isso, vim propor
Um mutirão de amor
Prá que as barreira se desfaçam na poeira
E seja o fim
O fim do mal pela raiz
Nascendo o bem que eu sempre quis
É o que convém pra gente ser feliz
Cantar sempre que for possível
Não ligar para os malvados
Perdoar os pecados
Saber que nem tudo é perdido
Se manter respeitado
Prá poder ser amado

terça-feira, 29 de agosto de 2017

Sendo o que sou



Não nasci assim,
Fiz-me deste jeito.
Antes? Ah, antes
Eu era perfeito!

Falava com a alma:
Sussurro que acalma!
Mas calei minha essência,
Pois gritaram comigo
E busquei em mim abrigo.

Abraçava com o peito,
Assim, bem direito!
Mas encontrei desencanto,
Entrelaçando os braços,
Num vazio espaço.

Agora, volto para mim:
Minha voz achei,
E, enfim, adulto,
A mim abracei.

terça-feira, 22 de agosto de 2017

Vida sem dor



A vida é possível sem dor,
Se tudo aprendizado for.
As experiências escolares
São para meu crescimento.
Que eu aproveite o momento!

Se tudo pelo que passo
For da minha eternidade um passo,
Que eu caminhe direito
Para não repetir este feito!

Estendo, agora, minha mão
E piso confiante neste chão!

quinta-feira, 17 de agosto de 2017

Olhar para dentro



É tempo de quietude
Do olhar mais detido
Da voz mais mansa
Do silêncio refletido.

É a vez da solicitude
Do gesto lento
Do calar o ego
Do deixar-se ao vento.

É hora de sorrir amiúde
Do passo vagaroso
Da palavra que conforta
Do se oferecer em gozo.

Em nome da saúde
E do ser
Sem finitude.

terça-feira, 15 de agosto de 2017

Semelhante a moedas




As moedas não são menos valiosas por terem lados diferentes. Pelo contrário, são consideradas válidas, autênticas, justamente se tiverem todas as partes. A moeda é cara e é coroa. Dessa forma, ela é a soma de todas as suas partes. E – claro! – a coroa é tão importante quanto a cara.

Embora, no “cara ou coroa”, se prefira escolher cara, ambos os lados têm 50% de chance de ganhar. É curiosa essa preferência... É como se o lado cara fosse o legal, o bacana, o bom; e o lado coroa fosse apenas o que sobrou para o perdedor do “cara ou coroa”. Quem fica com o coroa é porque perdeu a disputa. Já começo o jogo perdendo, pensa.

Que raciocínio é esse? O que está em nosso subconsciente, que privilegia lados, que rotula partes, que renega aspectos?

Para formar o todo, em sua magnífica complexidade, é necessária a soma de todas as partes; todas igualmente importantes e valiosas. O julgamento de valor é empobrecedor e injusto, desmerecendo a nobreza de todos os lados, pois todos têm uma função, ou não existiriam.

Então, sou como moeda: tenho, pelo menos, dois lados.  Sou frente, mas também sou verso; sou claro, mas também sou escuro; sou esquerda, mas também sou direita; sou dentro, mas também sou fora; sou o que está na luz e pode ser visto, mas também sou sombra, o escondido.

Os lados são vários, muitos, diversos e todos me compõem.

Dessa forma, meu avesso também sou eu, e posso ter dificuldade em enxergá-lo, pois é meu lado sombra, meu lado esquerdo, meu lado escuro.

E, nessa nomenclatura, não vai nenhum conceito de certo e errado, bom e mau; sendo, apenas, uma oposição ao lado luz, direito e claro: aquele lado que consigo enxergar.

Pois bem, meu próximo é um reflexo de mim. Por esse motivo, entendo que, se algo me incomoda nesse meu semelhante, isso é meu avesso, é a parte de mim que sinto dificuldade em ver. O que vejo no outro e me incomoda é meu lado sombra.

Logo, se me irrita, está também em mim.

Portanto, aquele que me incomoda me cura de mim, se eu souber enxergar, reconhecer, aceitar e agradecer.

 Minha gratidão àqueles que me irritam!

Louco isso, né? Mas penso que é assim mesmo, pois, à medida que me incomoda, mais curada vou ficando e menos incomodada também. Ou seja, mais de mim estou enxergando e tratando e curando.

Entender isso é libertador! Liberta-me, inclusive, de odiar e querer mudar o outro. Afinal, ele é meu médico, uma vez que me mostra o que precisa ser tratado em mim.

E – o que é mais legal! –, quando me curo, algo assim acontece: o outro também se cura; ou não me incomoda mais aquele seu aspecto; ou ele passa a não fazer mais parte de minha vida, pois terminou sua função.

Conclusão: à medida que me curo, as pessoas à minha volta também se curam.

Trato-me e me curo por todas as minhas relações!

Aho mitakuye oyasin!