segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

Deus tem pressa


O vento se armou;
A chuva foi agressão;
A lama também matou;
O fogo, um canhão.

É tempo de limpeza
Nunca vista como essa.
Faz o trabalho a natureza
Para Deus que tem pressa.

Muito tempo Ele deu
Para toda a humanidade.
Agora, seja cristão ou ateu,
É chegada a equidade.

Todos iguais, mesma sorte,
Nem magia, nem quebranto,
Seja no sul ou no norte,
A conta chega a todo canto.

Quem está atrasado
Não adianta espernear.
Ponha mãos ao cajado
E toca de caminhar.

Àqueles que prontos estão
Ajudem os retardatários.
É preciso deixar de senão:
Somos UM no rebotalho.

Estando na frente ou atrás
O barco afunda igual.
Sejamos UM com os demais
A união dilui o mal.

Não paremos para chorar
Senão nossa preguiça.
Deus está aí para ajudar,
Mas ajuda com justiça.

Ser sem finitude


É tempo de quietude
Do olhar mais detido
Da voz mais mansa
Do silêncio refletido.

É a vez da solicitude
Do gesto lento
Do calar o ego
Do deixar-se ao tempo.

É hora de sorrir amiúde
Do passo vagaroso
Da palavra que conforta
Do se oferecer em gozo.

Que venha saúde
Do ser sem finitude.

Enfim


A paz de saber que me basto
Acompanha agora meus passos.
Está dentro de mim a felicidade,
Não em outros espaços.

A serenidade com a qual lhe vi chegar
E a ausência de medo se você se for
Mostram a mim que fiquei maior
Maior do que tudo a meu redor.

Há tanto a ser amado em mim;
Existe muito a ser admirado na vida;
Tenho bastante a agradecer;
Sou por mim querida.

Viverei com o que sou,
Vou seguir com o que tenho.
Feliz, enfim, estou.