sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019

Almas afins

Caminhando, vi uma senhorinha de braço dado com um homem. Meu coração, imediatamente, a reconheceu. Um conhecimento que os olhos e a mente ignoravam.
Eles vinham em minha direção e, nos poucos momentos que antecederam o passar uma pela outra, nossos olhares, sob o comando dos corações, não se afastaram. Penso que nem pisquei. Presas de uma doce e profunda memória de almas, nossos corações pareciam plenos por se reencontrarem. Nenhuma das duas estava surpresa com aquela intimidade de espíritos; era natural aquele buscar profundamente uma à outra.
Enquanto durou o recíproco mergulho, nossas almas estiveram novamente, serenamente, juntas.
E, pouco antes de passarmos uma pela outra, nos demos um cúmplice sorriso.
Meu peito, então, se encheu de felicidade, amor e saudade. Tudo junto saltou de meus olhos, escorrendo pelo rosto.
Derramava a imensa emoção que me tomava inteira pelo presente daquele encontro.
Nossos corações se afastavam, mas não eram os mesmos: ficara neles o calor do encontro de almas afins.