sexta-feira, 14 de julho de 2017

Ao ser que sou



Perdão concedo a mim,
Essência Divinal,
Livrando-me, assim,
De todo e qualquer mal.

Perdão concedo a mim,
Verso Deífico,
Vendo-me, enfim,
Anverso magnífico.

Perdão concedo a mim,
Espelho do Divino,
Tornando-me, por fim,
Aquele ser cristalino.

Perdão concedo a mim,
Jasmim, jardim,
Sem fim.

Serás sempre parte de mim



 Mesmo tendo se passado tanto tempo,
Um mistério insiste em permanecer:
Ainda que tenhas passado, não mais sendo,
Tua lembrança teima em não esquecer.
 
Primeiro a tomar meu velado cerne
De forma tão completa e calma,
Além de minha perene carne,
Entreguei-te minha imortal alma.
 
Que eu possa deixar-te ir, então,
De modo tão rápido e consciente,
Que não haja tempo para o senão,
Restando o saudoso amor somente.
 
Vá, pois, ex-amado.
Fique somente o ex-amor.
Perdure, enfim, velada lembrança.
Seja bem-vinda, marca eterna da saudade.