segunda-feira, 3 de julho de 2017

Lugar da alma



Se me fosse permitido ir a qualquer
Lugar do mundo,
Onde bem me aprouvesse,
Iria até mim, lá – sabe? –,
Lá no fundo,
Onde ninguém conhece,
Morada da alma,
Recanto profundo,
Onde faria uma prece.

Agradeceria por ter chegado,
E, devagar, olharia ao redor,
Perscrutando cada lado.
Veria essa eu menor,
Num todo já acabado,
Maior, muito maior.

Maior do que as dores da criação,
Superior aos males da terra,
Já que é iluminação,
E toda sombra desterra.
É o sabido Divino Clarão,
Diamante que em mim encerra.

Ah, o tempo



O tempo, sábio,
A mim amansou
E, como remédio,
Sarou minha dor.

Sempre fez bem o tempo,
Mas minha maturidade
Elevou tais benefícios
À sua maior potencialidade.

A vantagem de crescer
É que as dores
Saram rapidamente, e
Duram mais os amores.

Hoje sei que posso amar
Longa, serena e visceralmente.
E sofrer e chorar e doer
Profunda, calma e rapidamente.

Ah, tempo, tempo, tempo,
Ainda bem que veio
Para meu precisado alento.

Dez imagens da passagem do tempo