quinta-feira, 14 de junho de 2018

Visita-dor


O nó, na garganta, sufocou
O sofrimento fez-se senhor
O ar, nas narinas, rareou
Pulmão refém da dor

A pele de medo esfriou
Nada, nem um só calor
Todo o corpo bambeou
Ela toda, um só tremor

E, então, foi que bastou
Um seu olhar apurador
Pra aquele que a visitou
Qual milagre beijador

Na chuva, não se molhou
Antes ele um chovedor
Um momento plainou
Olhando-a o beija-flor

Foi tudo que bastou
Pra ir embora sua dor