Você não precisa
combater o mal o tempo todo; basta ser
o bem.
Até porque, os
conceitos de “bem” e “mal” são seus, são individuais. Pois, o que você
considera mal, dependendo das circunstâncias, para o outro é perfeitamente
defensável, justificável. Então, antes de sair jogando pedras, olhe para si
mesmo e busque onde você pode acertar, segundo seus próprios conceitos.
Além disso,
ninguém conhece o plano divino. Portanto, seja o bem, na maioria das vezes; em
vez de combater o mal, o tempo todo.
Isso,
naturalmente, não o impede de, humanamente, se revoltar, de vez em quando, e
jogar para o alto uma mesa cheia de bugigangas que estavam sendo vendidas, nos
templos, em nome do Pai.
Mas, cuidado,
pois isso significa sair de seu eixo, se desequilibrar; romper,
momentaneamente, a ligação com seu eu. Algo desequilibrou você; uma situação
extrema que toldou, por um breve tempo, sua ligação com a divindade; algo que o
fez sair da posição do meio, o que é humanamente compreensível; mas você
precisa voltar ao que você é: o ser divino e essencialmente bom, posto que
criado à imagem e semelhança de Deus.
Percebe? Faz
sentido para você?
Embora ocorra, essa
disposição para o combate não é sua essência, pois sua natureza é de estender a
mão à marginalizada prostituta e de perdoar o bandido.
Então, seja a
paz, em lugar de combater a guerra, pois combater também é guerrear; seja o bem,
em lugar de combater o mal, pois combater é dar visibilidade, é emprestar
energia, é evidenciar. Mesmo falando contra, você está falando sobre. Seja
aquilo que você é, em vez de lutar contra o que você não é!
Basta ser aquilo
em que acredita, em vez de condenar o que é diferente.
Por exemplo, quando
se vê uma pessoa jovem ocupar o lugar de idosos em uma condução, se critica, reclama
e sai falando mal. E, quando se fala mal, mais pessoas também falam mal, não é?
E surgem vários exemplos de como o mundo está perdido, de como as pessoas são
ruins, de quantas maldades existem... Não é mesmo?
E quando se vê
uma pessoa se levantar de um lugar que nem era de idoso e ceder o assento, se
elogia, comenta, propaga, divulga? Se assim o fizesse, ouviria outras tantas
histórias de bondade, honestidade, bom caratismo.
Então, para qual
atitude se está emprestando energia? Com a postura de revolta e combate, à qual
dos dois se está servindo?
O que você
emana? O que você propaga? O que você divulga? O que você energiza?
Vamos elogiar as
pessoas que fazem o bem, em lugar de criticar as que fazem o mal?
Escolha ser o
bem, em vez de combater o mal. Escolha ser a paz, em lugar de lutar contra a
guerra. Escolha ser amor, em vez de criticar o ódio.
Acredito que
basta ser aquilo que sou na essência, basta ser aquilo para o qual eu fui
criada por Deus, em vez de sair levantando bandeiras e lutando e combatendo o
tempo todo.
Uma jornalista
conceituadíssima, espírita, defensora ferrenha dos que considerava fracos e
indefesos me contou que teve a seguinte lição: estava na fila de um
supermercado, e surgiu uma discreta discussão entre a funcionária do caixa e uma
cliente. A jornalista enquadrou imediatamente a cliente – uma cigana – em seu
conceito de vítima. Prestando atenção no conflito, percebeu que a funcionária
acusava a cigana de não haver feito o pagamento total das compras, faltando uma
moeda de um real, que a cigana insistia, discretamente, haver lhe dado.
A jornalista
saiu imediata e escandalosamente em favor da cigana: discutiu com a caixa,
chamou o gerente, falou em preconceito racial e discursou fervorosa e veementemente.
Quando todos do
supermercado cederam, e ela olhou em volta em busca da cigana que tivera sua
razão reconhecida e receberia um pedido de desculpas exigido aos brados pela
jornalista, esta notou que a vítima sumira.
Isso foi uma
dura lição, pois aquele combate todo fizera mais mal do que bem àquela senhora
ao expô-la, assim como a sua raça. O combate promovido pela jornalista só fez
reafirmar o preconceito atribuído àquele povo. Aquela senhora estava sendo discreta
e educada e, provavelmente, o que menos queria era chamar a atenção.
A jornalista
concluiu: Boas intenções combativas e
bandeiras, algumas vezes, podem fazer mais mal do que bem. Normalmente, é mais ego do que bondade.
Dei razão a ela!
Escolho ser, não
combater.
Prefiro criar, não
criticar.