terça-feira, 30 de janeiro de 2018

Berço



Na fímbria do espaço
Descanso meu cansaço.

Gostoso alargar o olho
Até o lugar que escolho

Perto e longe do perigo
Estando assim ao abrigo

Lugar de tudo, muito e mais
É lá que, enfim, encontro paz

segunda-feira, 22 de janeiro de 2018

Dona de mim

Olho prá noite de cima
Cresci, estou segura
Já posso me defender
Nada mais me fratura

A porta está trancada
Conferi mais uma vez
A coberta está puxada
Escondida toda nudez

Parte alguma descoberta
Porta alguma aberta
Desnecessário ficar desperta

Convido o sono
Doce abandono
Ele é meu dono.

segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

Desde a infância


Pés que crescem nos caminhos,
Trazendo-me até aqui: espinhos,
Dor, pedras vivas, desalinhos.

Pés se encantam nos caminhos.

Nem sempre se chorou o amor.
Somaram-se alegrias, carinhos.


Pés amaram nos caminhos.
A vida encontrou um jeito:
Ninguém é tão sozinho!

Pés vêm parando no caminho.
É tempo de olhar para o tempo
E viver bem devagarinho.

terça-feira, 9 de janeiro de 2018

Olhar espraiado



Meu olhar se espraia
Sou de grandes espaços
Minha alma se sacode inteira
Soltando amarras, nós, laços

Sendo da vida estradeira
Meu espírito é viajante
Incomoda-se com paredes
Estando acima, à frente, à diante

Do décimo primeiro andar
Sou um selvagem falcão a voar
Voo longe, muito, em todo lugar