segunda-feira, 11 de maio de 2020

TEMPO, TEMPO, TEMPO.

HÁ UM TEMPO sofre-dor
e um tempo de parar de sofrer a dor.
Achado esse tempo para-dor,
meu Eu, divino, fará parar o tempo da dor.

HÁ UM TEMPO sofre-dor
e um tempo de curar o sofrer a dor.
Achado esse tempo cura-dor,
meu Eu, divino, fará curar o tempo da dor

BemTeVejo


Como diz Francisco Azevedo (in O arroz de palma):
“Tento entender minha aflição. Sim, porque só procuramos entender o que é ruim. O que é bom simplesmente vivemos sem mistérios. Se estamos com saúde, se realizamos um bom negócio, se é um bom filho, achamos que tem de ser assim e pronto. Os porquês só para o que nos desgraça e incomoda – questionários sem-fins. Para o que nos alegra não há perguntas, só belas exclamações – vida que segue e nem nos damos conta. Na felicidade tudo faz sentido. O universo torna-se simples e fácil como número de mágica que fascina.”
Então, penso que a felicidade é o estado natural de todos nós. Somos seres em graça, graça divina. Por isso, não nos danos conta quando tudo vai bem, quando não estamos sentindo dor ou tristeza ou qualquer outro sofrimento. Não nos damos conta porque isso é o normal: seres de luz, na luz!
Se há infelicidade de qualquer tipo, é preciso mesmo olhar para ela, analisá-la, entender o que nos afastou de nosso estado natural de divindades. Que sombra é essa que precisa ser transmutada em luz?
Sim, sombra se faz sentir porque é essencialmente luz e quer voltar a essa condição.
Que tenhamos todos “olhos de ver” a luz das sombras!


Espelho de meu coração

O outro é, tão somente, meu avesso,
aquele lado para o qual reluto olhar
e, como remédio amargo,
é também, o que me vai curar.

É necessário e preciso, portanto,
que ele seja diferente,
mesmo que me traga pranto.

O diverso me cura de mim,
o igual ecoa meu sim.

Procuro por você,
meu espelho que vê.

Agradeço a você,
meu avesso, por ser.