Hoje olhei para mim esquecida do que penso ser; alheia ao que almejo me tornar; não ligando para o que dizem que sou; pouco me importando para o que acham que eu deveria ser.
Hoje olhei para mim!
Um ver sem máscaras –
minhas e alheias. Um observar atento, amoroso e sem julgamentos. Disposta a me
ver, me despi de conceitos e preconceitos. Busquei olhar-me pelos olhos da
criança que fui.
O que essa menina vê? Que
há de tudo em mim: muito, é verdade, posto por mim, mas também muito, muito
mesmo, do que puseram outros.
Sou um mosaico em constante
formação, um enigma de perguntas metamórficas, um quebra-cabeça em infinita
construção, um loop eterno na divina imensidão.
Ela me vê inteira, as
várias partes de mim: umas poucas prontas, muitas e muitas inacabadas e uma
infinidade delas por fazer, todas com suas respectivas sombras.
Tudo sou eu, inclusive meu
reflexo, e a tudo ela contempla com ternura.
A doçura de seu olhar é
ofertada igualmente a todos os meus meandros, a todas as minhas facetas, aos lugares
mais escondidinhos de meu ser.
Seu amoroso ver lança
luz a todos os meus lados, me mostrando que cada parte do que sou tem uma
função, existe por um motivo, surgiu para meu bem.
A confiança e o amor
com os quais sou olhada me convencem do ser divino que cada um de nós somos,
independentemente de mazelas ou sombras. Estas são apenas lados de um todo
precioso.
Todas as facetas de um
diamante são o diamante!