domingo, 18 de fevereiro de 2018

Do que sou feita



Hoje olhei para mim esquecida do que penso ser; alheia ao que almejo me tornar; não ligando para o que dizem que sou; pouco me importando para o que acham que eu deveria ser.


Hoje olhei para mim!

Um ver sem máscaras – minhas e alheias. Um observar atento, amoroso e sem julgamentos. Disposta a me ver, me despi de conceitos e preconceitos. Busquei olhar-me pelos olhos da criança que fui.

O que essa menina vê? Que há de tudo em mim: muito, é verdade, posto por mim, mas também muito, muito mesmo, do que puseram outros.

Sou um mosaico em constante formação, um enigma de perguntas metamórficas, um quebra-cabeça em infinita construção, um loop eterno na divina imensidão.

Ela me vê inteira, as várias partes de mim: umas poucas prontas, muitas e muitas inacabadas e uma infinidade delas por fazer, todas com suas respectivas sombras.

Tudo sou eu, inclusive meu reflexo, e a tudo ela contempla com ternura.

A doçura de seu olhar é ofertada igualmente a todos os meus meandros, a todas as minhas facetas, aos lugares mais escondidinhos de meu ser.

Seu amoroso ver lança luz a todos os meus lados, me mostrando que cada parte do que sou tem uma função, existe por um motivo, surgiu para meu bem.

A confiança e o amor com os quais sou olhada me convencem do ser divino que cada um de nós somos, independentemente de mazelas ou sombras. Estas são apenas lados de um todo precioso.

Todas as facetas de um diamante são o diamante!