O rio, às vezes, pausa sem perder sua causa.
Rio não tem pressa de chegar, sabe seu destino assegurar, com proveitoso vagar.
Afinal, mar não sai do lugar.
O existir está no caminhar, então, rio que é rio sabe aproveitar; vai existindo devagar, salpicando aqui e acolá.
Pausa para tocar o céu, beijar os pássaros, ser das pedras véu.
Aconchegar as margens, nadar os peixes.
Rezar o vento, molhar o relento.
Ser somente sendo, inexistindo um tempo de findamento.
Tornar-se tudo ao derredor, até onde a vista é menor.
Remar com folha! Ser tudo sem rolha!
Indo estando no mesmo lugar que nunca o mesmo, mesmo que parar.
É o remanso do rio a convidar: tudo muda, mesmo se você não mudar; então, mude, mesmo quando parar.