sábado, 14 de setembro de 2019

Eu


Quando deixei minha casa,
verdosos vinte anos eu e ela,
parti alma partida, cuja parte mais querida
ficava com ela de partir impedida.

O coração, respiração suspensa,
caminhava ignorados escuros.
Para lá, não podia mais voltar.
Chorava seu antigo teto-altar.

Como não sei bem
de pedaços antes sem vintém
surgiu este meu alguém.

Sou agora o próprio lugar,
meu interior é meu lar,
a casa de divino morar.

Aquela ficou com os verdes eus
Agradeço aos passados seu e meu
E, também, a nosso criador, Deus.

Bifurcaram nossos caminhos;
os passos não seguem sozinhos.