sexta-feira, 18 de junho de 2021

 

A anciã que mora mim
se fez sentir e ouvir
seu vagar, seu calar
seu ser sem fim.

Quem vinha falando
era a menina traquina
de vontades, vaidades
uma peralta e tanto.

Há o adulto também
quer mandar ahahah
cheio de sérios critérios
mas... só diz amém.

A profundidade é anciã
a fluidade é criança
a metade será vã


 

Ah, a liberdade da solidão!
Do só se dizer sim
sem medo de alheio não.
O estar só por vontade
sendo de seu universo
a verdadeira verdade.
E é assim, unitário,
que posso ser
do outro solidário.
Ele não está fora.
Pelo contrário!

segunda-feira, 7 de junho de 2021

 

Cada caminho é o caminho.
O importante é caminhar.
São diferentes os espinhos.
Então, não compete julgar.

Os rios são enguia
de a água moldar.
Diferentes almas há
para diverso mar.

O salto do outro
cabe em seu saltar
e não é pouco ou oco.

sexta-feira, 4 de junho de 2021

 

Ah esse mistério
que já foi lento
brinquedo sério.
Enquanto eu queria
que fosse vento
em livre pradaria.
É o mesmo mistério esse
que passou num átimo
sem que eu percebesse.
Esse enigma sem tento
que exige alento
mascara-se de tempo.

 

Nasci, tenho tempo.
Crescerei, serei um portento.
Há mais como ele é lento!
Penso, invejando o vento.

Pisquei e velho sou já.
No início do caminhar?
Ah, assim não dá.

Quero voltar!

terça-feira, 1 de junho de 2021

 

Se o sim alegra meu coração,
o que me faz crescer,
querer mais, é o não.
Tudo o que recebo
tem minha gratidão,
até o que não concebo.
Se algo me negam,
é então que cresço
tentando de novo
e de novo um recomeço.
Mas não é murro
em ponta de faca não
antes é razão
para minha encarnação.
Porém a perseguição
só dura até o coração
dizer não.