segunda-feira, 31 de julho de 2017

Convivendo com milagres






Viver é para fortes.
Não estar ao léu,
Ter um norte.

Viver um presente é.
Pode-se até cair,
Mas cair com fé.

Viver exige coragem
Para seguir em frente,
Diminuindo a bagagem.

A vida é o primeiro
Dos muitos milagres
Dos quais és herdeiro.

sábado, 22 de julho de 2017

Um não acabar mais de sair de casulos



Este texto foi escrito a quatro mãos: as minhas e as de Luiz Fernando Mesquita, meu amigo, meu médico e meu psicoterapeuta, com o qual tive o privilégio de conviver, enquanto esteve neste plano.

Um dia, há muitos anos, enviei estas questões para ele, e, para minha felicidade, ele as respondeu.

Que força move a lagarta a virar borboleta?
Nenhuma.
De que motivação ela precisa?
Nenhuma.
Sequer sabe no que dará o processo, e, mesmo assim, o faz? Será isso apenas de sua natureza?
Seguramente sim.
Haverá, talvez, um momento em que a lagarta sente que pode ir além, pois o que está já não basta?
Seguramente não.
E quando já é borboleta? Será que sabe? Finalmente é e não mais está? Como ela sabe que chegou onde deveria?
Ela é, sempre foi e, apesar de você não ver, continuará... incessante e eternamente.
Terá, talvez, passado a dor? A posição será cômoda finalmente? Parecer-se-á, ela, então, com algo acabado, pronto, finalizado?
As leis cósmicas se cumprem.
Como gostaria de saber tais respostas!
Sabendo a pergunta não precisa da resposta.
Sinto que estou ainda lagarta e preciso pôr mãos à obra para me transformar.
As leis se cumprem sempre.
Mas... quanto trabalho ainda é necessário!
O único movimento é do rio que corre e ao qual pertencemos.
Quanta preguiça!
Vezes há em que os rios descansam...
E para quê?
Para retomarem seu curso natural e 
    independente.
Qual o resultado?
Participar do grande esquema universal.
Haverá uma borboleta no final?
Borboletas não têm final. Nada tem fim ou final, só a finalidade passa por um fugaz final e recomeça, sempre!
Ou já cheguei até onde dava para chegar?
O esquema universal "sabe" e faz... quanto mais o conhecemos e aceitamos suas leis.
A posição não é confortável: dói, incomoda, desconserta.
Não há posição para o cosmo, apenas tudo segue o que precisa ser e nós ai...
Parece realmente o meio de um processo; um lugar de transição.
Perfeito.
Mas para onde?
Todo livro, todo filme tem seu começo. Saber um dos finais transitórios possíveis é desperdício e sem graça!
Não vejo as setas.
Enxergue com os olhos do coração e da intuição e elas se insurgem, e, talvez, você possa vê-las...
Não tenho os mapas.
Einstein também não os tinha. O microscópio também não tinha a Einstein!
Não sei quais são as etapas.
Nem Cristo as conhecia e até chegou a 
   duvidar do pai.
   Apenas dói, dói, dói...
Sorte a sua! Por muito tempo você poderia ter visto e não viu, poderia ter sentido e não sentiu. Agora sua dor a empurra para ficar atenta e viva e disponível e humilde e pronta para viver seja lá o que for que lhe apareça. 


quinta-feira, 20 de julho de 2017

Amigas




Aos cinquenta anos
Amigas me chegaram.
Como pude viver tanto
Sem ter delas o amparo?

Sou menina de novo
A trocar confidência
Confiante, cega e nua,
Sem nenhuma decência.

Sou adolescente novamente,
Em total cumplicidade,
Entrega e doação,
Numa feliz troca de amizade.

Como sem vocês chequei até aqui,
Meus doces e amados bem-te-vis?

A minhas belas amigas





Cada uma, a sua maneira,
É parte de mim, não tem jeito
Com elas formo um todo
De gomos únicos, perfeitos.

Sou melhor com elas
Inspiradoras que são
Fazendo aflorar sempre
Minha melhor porção.

Minhas belas caminhantes,
A gratidão é constante.
Nem lembro se houve um antes!