sexta-feira, 15 de novembro de 2019

Defeito de olho


Nasci com defeito inconsertável
Primeiros a tentar foram os pais
Depois, os amigos, o mundo
Nada! O desvio é demais!
Aberração

Fui deixada, enfim, de mão
A esbarrar nas esquinas,
Trombando em espaços
Caindo das quinas
Desvão

Olhos que não ajudam não
Só veem o que ninguém vê
Atentos a mundo de nuvens,
Enxergam na sombra um ser
Sem chão

Não evitam tropeção,
Encantados que estão
Com o que veem no vão

Flores de dragão,
Vidas de areia,
Gente de vento
Nesse mundo tateia
Sem tento
Nem veia

Olho que espeta
Esse o do poeta

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