quinta-feira, 19 de setembro de 2019

Eus


A cada fase da vida, de acordo com a necessidade, vamos criando eus para lidar com as dificuldades, problemas, vicissitudes e etapas de nossa existência. São como papéis que vamos desempenhando; personagens que vamos criando para nossa formação, nosso crescimento, nossa evolução.
Até aí, tudo bem. Isso é natural.
Então, isso não é problema. O problema é se acredito que esses eus que crio sou EU. Acreditando nisso, posso ir carregando, por anos e anos e anos, eus que não me servem mais, que deveriam ser transitórios, pois surgiram para exercer uma função e já o fizeram.
Minha ilusão de que esses eus sou eu me faz ir carregando e carregando e carregando eus. Sobrecarregando-me de eus, devido à minha incapacidade de entender que esses eus já cumpriram seu propósito e deveriam ser passado, ficar no passado. Porém, a ilusão na qual vivo me impede de deixá-los em seus lugares e tempos devidos.
É preciso que eu os veja como antepassados de mim mesmo. E antepassado ocupa um lugar no passado.
Naturalmente, os ascendentes merecem e devem ser honrados, reverenciados e ter suas evoluções compreendidas, reconhecidas, incorporadas e agradecidas, mas é preciso deixá-los no passado.
Minha avó fez seu caminho e passou o bastão para minha mãe continuar esse caminhar de um jeito novo, próprio; minha mãe não é minha avó.
Minha mãe fez seu caminho e passou o bastão para mim, pra que eu continue esse caminhar de um jeito novo, meu; eu não sou minha mãe, embora seja, também, a soma de todas as experiências e caminhares daqueles que me antecederam.
Meu trabalho constante de consciência e amor é um perpétuo me despojar de eus para ser, enfim, EU.
Edna Farias,
Mestre de Reiki
Quando a Alma Fala
Ednamfarias.blogspot.com



Nenhum comentário:

Postar um comentário