A cada fase da vida, de acordo com a necessidade,
vamos criando eus para lidar com as dificuldades, problemas, vicissitudes e
etapas de nossa existência. São como
papéis que vamos desempenhando; personagens que vamos criando para nossa
formação, nosso crescimento, nossa evolução.
Até aí, tudo bem. Isso é natural.
Então, isso não é problema. O problema é se acredito
que esses eus que crio sou EU. Acreditando nisso, posso ir carregando, por anos
e anos e anos, eus que não me servem mais, que deveriam ser transitórios, pois surgiram
para exercer uma função e já o fizeram.
Minha ilusão de que esses eus sou eu me faz ir
carregando e carregando e carregando eus. Sobrecarregando-me de eus, devido à
minha incapacidade de entender que esses eus já cumpriram seu propósito e
deveriam ser passado, ficar no passado. Porém, a ilusão na qual vivo me impede
de deixá-los em seus lugares e tempos devidos.
É preciso que eu os veja como antepassados de mim
mesmo. E antepassado ocupa um lugar no passado.
Naturalmente, os ascendentes merecem e devem ser
honrados, reverenciados e ter suas evoluções compreendidas, reconhecidas,
incorporadas e agradecidas, mas é preciso deixá-los no passado.
Minha avó fez seu caminho e passou o bastão para minha
mãe continuar esse caminhar de um jeito novo, próprio; minha mãe não é minha
avó.
Minha mãe fez seu caminho e passou o bastão para mim, pra que eu continue esse
caminhar de um jeito novo, meu; eu não sou minha mãe, embora seja, também, a
soma de todas as experiências e caminhares daqueles que me antecederam.
Meu trabalho constante de consciência e amor é um
perpétuo me despojar de eus para ser, enfim, EU.
Edna Farias,
Mestre de Reiki
Quando a Alma Fala
Ednamfarias.blogspot.com
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