Dizem que tenho olhos de
água. Acho que é porque choro as lágrimas que minha mãe não chorou.
Falam que minha voz
é embargada. Acho que é porque guardo o pranto que minha avó não pranteou.
Linhagem de mulheres
fortes, de ação. Sofrimento foi inominável, não restando tempo ou energia para
gastar com lamentação.
Era preciso sobreviver
e labutar. Por elas e pelos filhos, sozinhas, contra o mundo, lutar.
Sou o que elas não
puderam ser: lamento e prazer.
O legado de dor represada
fez em mim morada.
Tudo bem, minhas
amadas. Sou forte também.
Mas de uma fortaleza
que desagua!
Nenhum comentário:
Postar um comentário